Revolucionário. Os Princípios da Gestão Científica do Trabalho pertence àquela categoria de obras que se podem colocar na galeria dos poucos livros cujas páginas contêm ideias que tiveram e têm um impacto indelével no modo como nas sociedades humanas industrializadas os seus agenntes se organizavam e organizam para produzir os bens de que necessitam.
Pela primeira vez na história, e de forma sistemática, foi aplicado o conhecimento aos métodos e à organização do trabalho desenvolvido pelos seres humanos no seu dia-a-dia com vantagens evidentes para os contemporâneos de Taylor e para todos os que se seguiram. Como todas as ideias revolucionárias que contribuíram para o progresso das sociedades, impuseram o novo, e como em todas as revoluções, os cépticos não deixaram de fazer ouvir a sua voz, envolvendo num manto de neblina suspeitosa os benefícios obtidos e afirmando apenas os «malefícios» destas ideias. E com tal veemência o fizeram, que, ainda hoje, muitos anos após a morte do autor, e muitas provas dadas, estas vozes são reverberadas impedindo uma análise justa e imparcial desta seminal obra e do seu autor. Por motivos ideológicos, morais, políticos ou pura ignorância, o que permanece e se transmite ainda na maior parte das escolas de gestão sobre esta obra e o seu autor é falso ou tendenciosamente adulterado para corresponder à ideia mais ou menos generalizada e aceite do conceito de «desumanização do trabalho» promovido por Taylor.
Uma vez que a maior parte das pessoas que falam e escrevem sobre Taylor e a Gestão Cientifica não leram Taylor, só dele tendo tido conhecimento através de fontes secundárias, deve o leitor esquecer tudo o que ouviu sobre o autor e manter um espírito aberto ao ler e reflectir sobre as ideias e técnicas presentes neste livro. Numa altura em que tanto se fala e escreve sobre produtividade, as vantagens desta atitude serão evidentes e poderão trazer aos gestores, professores, políticos, governantes e decisores, ganhos surpreendentes no seu dia-a-dia e catapultar os seus resultados e os das suas organizações para níveis antes impensáveis e com a vantagem suplementar de dar o seu contributo para que Portugal se torne um país mais produtivo, logo mais rico para todos pois, de acordo com Taylor, «o principal objectivo da gestão deveria ser assegurar a máxima prosperidade para o empregador, juntamente com a máxima prosperidade para os empregados».